Escrever Bem ou Escrever com Consciência Crítica? O Desafio da Escrita Técnica para Assistentes Sociais
Escrever Bem ou Escrever com Consciência
Crítica? O Desafio da Escrita Técnica para
Assistentes Sociais
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A escrita técnica é uma ferramenta essencial para o trabalho de assistente social. Relatórios, laudos e
pareceres não são apenas documentos burocráticos: eles são registros formais que fundamentam decisões,
influenciam políticas públicas e defendem direitos. No entanto, elaborar documentos que sejam claros,
objetivos e tecnicamente bem estruturados pode ser um grande desafio.
Muitas profissionais enfrentam insegurança ao escrever, e isso é compreensível. Afinal, como garantir
que um laudo não seja interpretado de maneira equivocada? Como evitar erros que podem comprometer
a credibilidade do documento? Como tornar a escrita mais segura e profissional? Essas são questões comuns
e fundamentais para quem deseja aprimorar sua produção de documentos e emissão de opinião técnica em
Serviço Social.
O que diferencia a escrita técnica da escrita convencional?
Uma das maiores dificuldades na elaboração de documentos técnicos é entender que a lógica da escrita
para relatórios, laudos e pareceres é distinta da escrita acadêmica ou literária. Muitas assistentes sociais
acreditam que, por terem estudado gramática para concursos ou por terem aprendido a redigir textos
dissertativos na faculdade, já dominam a escrita técnica. Mas a realidade é diferente.
Principais diferenças entre a escrita acadêmica e a escrita técnica:
Objetividade: Relatórios e laudos devem ser diretos, sem "encher linguiça". O foco é
na clareza e na precisão das informações.Foco em fatos e análise técnica: Diferente de uma redação de vestibular, os relatórios
não devem conter opinião pessoal. Tudo deve estar fundamentado em dados técnicos e teorias.Uso da norma-padrão, sem rebuscamento: A linguagem precisa ser formal, mas
não complexa ou excessivamente rebuscada.
Principais desafios na elaboração de documentos técnicos
Escrever relatórios, laudos e pareceres sociais exige mais do que conhecimento técnico. A forma como a
informação é organizada e apresentada pode fazer toda a diferença na luta por direitos para usuários e
profissionais. Alguns dos desafios mais comuns incluem:
1. Como estruturar um documento de forma clara e objetiva?
Um relatório confuso pode prejudicar a compreensão da situação analisada e até comprometer a tomada
de decisão. A estrutura precisa ser organizada de forma lógica e coerente. Alguns elementos essenciais incluem:
Introdução clara, apresentando o objetivo do documento;
Desenvolvimento com a descrição detalhada da situação analisada;
Fundamentação teórica e legal quando necessário;
Conclusão objetiva, com encaminhamentos e recomendações.
2. Como evitar erros gramaticais que podem comprometer a credibilidade?
Muitos assistentes sociais dominam sua área de atuação, mas têm dúvidas sobre gramática. Alguns dos
erros mais comuns incluem:
Uso incorreto da crase;
Emprego inadequado de vírgulas e ponto e vírgula;
Problemas na concordância verbal e nominal;
Uso excessivo da voz passiva, tornando o texto confuso.
A boa notícia é que esses erros podem ser evitados com estratégias simples e eficazes, que podem ser
aprendidas e praticadas.
3. Como escrever com segurança e profissionalismo?
Além da gramática, a segurança na escrita técnica também está relacionada à escolha adequada das palavras
e ao uso correto da linguagem. Muitas vezes, o excesso de formalismo pode tornar o texto menos acessível.
Outros desafios incluem:
O perigo do "juridiquês", com termos desnecessariamente complicados e frequentemente
fora das competências profissionais;A importância da coesão textual, para evitar repetições ou informações soltas;
O equilíbrio entre o uso da norma-padrão e a necessidade de um texto acessível.
A escrita técnica como ato político: a importância da consciência
crítica
No Serviço Social, a escrita vai além da comunicação. Ela é um instrumento de luta e defesa de direitos. Como
profissionais majoritariamente mulheres, as assistentes sociais enfrentam desafios que vão desde a desvalorizacão
do trabalho até a invisibilização na linguagem.
A norma gramatical não é neutra. O uso do masculino genérico reforça uma cultura que, historicamente, coloca
as mulheres à margem. Mas as assistentes sociais sabem que as palavras importam. Este texto, por exemplo,
foi escrito no feminino como expressão de um ato político. Mais do que isso, é uma forma de tensionar e
provocar reflexões sobre a linguagem e seu papel na manutenção das desigualdades — nesse caso, as de gênero.
O que você pode fazer para aprimorar sua escrita técnica?
Se você quer desenvolver uma escrita mais clara, objetiva e crítica para relatórios, laudos e pareceres, é
fundamental buscar conhecimento específico. Por isso, no dia 21 de março, a Escola Profissional de Luta
realizará o Workshop Português para Laudos, Relatórios e Pareceres Sociais, com a professora
Fernanda Zecchinelli, especialista em educação especial e inclusiva e militante por um mundo mais justo.
Neste workshop, você aprenderá: ✅ Como estruturar documentos técnicos com segurança;
✅ Erros comuns e como evitá-los; ✅ O impacto da linguagem na credibilidade profissional;
✅ Dicas para escrever de forma clara, objetiva e acessível.
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Escrever bem é fundamental. Escrever com consciência crítica é revolucionário.
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